Um pesadelo glorioso e intemporal
25-07-2006 | by Flagrant-Baronessa
Negro, profundo, incerto, inquietante – imagine o pesadelo mais bonito que alguma vez teve – isto é Blade Runner (1982).
Blade Runner de Ridley Scott é um filme de ficção científica brilhante que não só toca em questões filosóficas, como mergulha profundamente nelas, fazendo com que o filme seja dez vezes mais importante do que qualquer filme do género. Adoro não apenas pelo sensação inicial, mas também pelo aspecto – nenhum dos temas, estilos ou tecnologia parece antigo, mas antes profundo, interessante e moderno do que nunca. É uma beleza intemporal com grandes doses de emoção.
Passado em 2019 em Los Angeles, Blade Runner segue pelas ruas urbanas estranhamente iluminadas, seguindo Richard Deckard – representado soberbamente por Harrison Ford, que traz uma ambiguidade moral à sua personagem – um policia especial que caça e elimina humanos criados artificialmente chamados replicantes, que escaparam de uma colónia extraterrestre e seguiram até à Terra e precisam de ser impedidos. O que Deckard encontra na sua aventura policial levanta muitas questões filosóficas como: Quem é realmente um replicante? Será que os replicantes são mesmo maus? Se os replicantes são maus, porque é que se deram ao trabalho de desenvolver a tecnologia para criá-los? Será que os replicantes são humanos na verdade? Será que Deckard é um herói? Isto é um filme que pede debate e o seu final ambíguo deixa uma sensação estranha e aterradora.
Apesar da ficção científica e o futurismo cobrirem esta aventura, existe a presença de elementos distintos de filmes noir – principalmente na névoa azulada em que é visto o filme através da sua atmosfera urbana. Quem pensou nesta combinação é um génio. Como é tudo sobre tecnologia, faz sentido que Blade Runner tenha uma quantidade ridícula de publicidade, especialmente da Atari. Em qualquer outro filme, isto não faria sentido mas nisto é simplesmente perfeito. A música dos Vangelis é estranhamente atraente quando combinada com a espectacular cinematografia do filme.
Blade Runner merece valor, celebração e recordação por ser simplesmente um filme excelente.
Ridley Scott
Ridley Scott (South Shields, 30Nov1937) é um realizador e produtor de filmes britânico. Scott estudou fotografia no "Royal College of Art" e ajudou a estabelecer aí um departamento cinematográfico na década de 60. Após a graduação, conseguiu um curso de formação na BBC que o levou a trabalhar na popular série de televisão Z Cars. Juntamente com Alan Parker, Hugh Hudson e o seu irmão mais novo Tony Scott criou uma empresa de publicidade. Após ter singrado no mercado da publicidade inglês partiu para Hollywood onde produziu e realizou alguns filmes de grande êxito. O seu estilo muito visual, influenciou uma geração inteira de realizadores, alguns dos quais se limitaram a copiá-lo.
Ridley Scott é conhecido por ser um realizador muito versátil; raramente fazendo dois filmes do mesmo estilo, e alguns deles são considerados, normalmente, como dos melhores no seu estilo.
Em 2004, enquanto filmava em Marrocos o filme "Kingdom of Heaven", Scott queixou-se de ter recebido ameaças de morte por parte de extremistas islâmicos. O governo marroquino enviou centenas de soldados para o proteger.
Ridley Scott é conhecido por ser um realizador muito versátil; raramente fazendo dois filmes do mesmo estilo, e alguns deles são considerados, normalmente, como dos melhores no seu estilo.
Em 2004, enquanto filmava em Marrocos o filme "Kingdom of Heaven", Scott queixou-se de ter recebido ameaças de morte por parte de extremistas islâmicos. O governo marroquino enviou centenas de soldados para o proteger.
Scott recebeu a nomeação para melhor realizador por três vezes; em 2003 recebeu o título de "Sir"